CRIANÇAS E BEBÊS PODEM TOMAR WHEY PROTEIN?




O consumo de whey protein é muito comum entre praticantes de academia e atletas, sobretudo por pessoas adultas. Mas será que ele pode ser consumido por crianças? O assunto veio à tona quando a ex-BBB e musa fitness Jaque Khury revelou dar o suplemento para o filho de 4 anos. "É exemplo. Não adianta a gente falar. As crianças, os filhos, vão imitar o que a gente faz. Ele vê a mãe se alimentando, vê os potes de suplemento e adora”, disse. Mas pode não ser tão simples assim.

Os suplementos são utilizados por pessoas saudáveis para potencializar os treinos e até mesmo para perder peso, sempre aliados a uma alimentação equilibrada e com todos os nutrientes necessários ao organismo. Esses produtos não são substitutos dos alimentos
ingeridos diariamente. Como o nome já diz, eles complementam a dieta diária de um determinado indivíduo.

Existem vários tipos de suplementos. O whey protein é produzido com base na proteína do soro do leite e ajuda na recuperação muscular, promoção da saciedade, redução de gorduras, além de possuir nutrientes para beneficiar o sistema imunológico e combater a
inflamação local do tecido muscular. São vários os benefícios à saúde já observados com o uso dessa proteína.

Nos últimos anos, também surgiram categorias de suplementos para as crianças. Elas visam suprir a carência de algum nutriente e podem ser positivas em algumas ocasiões.

Mas o complemento nutricional sempre deve ser realizado depois de uma consulta com um médico ou nutricionista. Essa dica também vale para os adultos. O uso indiscriminado desses produtos pode acarretar problemas sérios de saúde.

No caso do whey protein, ele raramente é indicado para crianças, e não se enquadra na
categoria de suplemento infantil, embora possa ser indicado em alguns casos pelo médico ou nutricionista. A proteína do soro do leite já está presente em grande parte dos suplementos, inclusive para as crianças, já que é essencial para a estrutura óssea muscular, formação de enzimas e para o sistema imunológico.

O grande problema do produto não está exatamente na sua formulação, e sim na quantidade de nutrientes que fornece. Uma pessoa adulta, por exemplo, pode consumir 1 g de proteína por quilo de peso ao dia, com uma variação nesse valor dependendo de cada indivíduo. Na infância, por sua vez, esse valor é menor. Uma criança com 20 kg, por exemplo, precisa de aproximadamente 14 g de proteína por dia. Um scoop de whey protein, contudo, já oferece 20 g de proteína. Se não bastasse isso, o produto também contém outros nutrientes além de proteínas, como carboidratos. Aromatizantes e corantes artificiais também estão presentes na fórmula.

O consumo inadequado de suplementos durante a infância pode provocar riscos de obesidade e sobrecarga renal e hepática. Os dois últimos efeitos colaterais são provenientes da má absorção do nutriente no organismo da criança, que recebeu uma superdosagem de proteína.

“Acredito que dar whey protein para crianças é desnecessário. O suplemento pode interferir no desenvolvimento físico e mental do jovem, e certamente insere artificialidade no organismo, o que pode deixar a criança mais suscetível a doenças. O ideal é trabalhar com alimentação natural”, afirma Clovis Constantino, pediatra e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, ao portal VivaBem.

Quem também não indica o uso de whey protein por crianças é a Associação Brasileira de Pediatria (SBP). “De 0 a 20 anos, o consumo não é indicado em nenhuma idade. Os pais devem insistir na ingestão de comida. Alimentos são as melhores fontes de vitaminas, não há risco de superdosagem ou chance de que algo não seja absorvido”, orienta Virgínia Weffort, presidente do Departamento de Nutrologia da SBP, em entrevista ao jornal Metropolis.

E para bebês? 

Se o whey protein não é indicado para crianças, muito menos para bebês. A fase de crescimento da criança necessita de cálcio, obtido principalmente a partir do leite. A suplementação de proteína, nesses casos, pode prejudicar a absorção do nutriente. A partir dos 6 meses, a criança começa a se alimentar. Nesse período, se ela utilizar suplementos, o cálcio pode ser eliminado pela urina e os rins podem ficar sobrecarregados, acarretando em cálculo renal.

O melhor caminho, nesses casos, é fazer uso do leite materno e de alimentação equilibrada. Até 6 meses, o bebê deve se alimentar de leite materno; entre 6 e 12 meses, o leite materno continua sendo a principal fonte e o alimento entra como complemento; a partir de 1 ano, a criança pode se alimentar com a comida feita nas refeições da família. Se houver problema na amamentação, o ideal é procurar especialistas para saber se há a necessidade de buscar fórmulas específicas, bem como a possibilidade de utilizar o leite materno oferecido em redes de bancos de leite. Na maioria dos casos, portanto, o uso de whey protein por crianças e bebês não é recomendado, exceto em situações especiais. Antes de suplementar a criança com esses produtos, consulte um médico ou nutricionista para saber se há essa necessidade. Se houver, ele indicará a dose adequada para cada indivíduo, de acordo com o peso corporal e outros atributos relacionados à saúde e ao estilo de vida da criança.

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