É SAUDÁVEL DEIXAR OS FILHOS DORMIREM NA CAMA DO CASAL?

Literatura
médica não é conclusiva, mas o consenso é de que depende de cada
caso
Uma
dúvida que paira na cabeça de muitos pais é sobre deixar ou não o
filho dormir na mesma cama
que eles. Por comodidade ou medo, os progenitores, muitas vezes,
tendem a manter o hábito de deixar as crianças dormindo no mesmo
quarto ou até mesmo na mesma cama na qual os pais dormem. Dependendo
da idade do filho, essa pode não ser uma boa ideia.
A
literatura médica é controversa sobre esse assunto, mas há um
consenso em relação a alguns aspectos. Em 2016, a Academia
Americana de Pediatria (AAP, na sigla em inglês), divulgou uma nova
instrução para os pais. Segundo a recomendação da academia, as
crianças podem dividir o quarto com os pais pelo menos nos primeiros
seis meses ou até o primeiro ano de vida
Os
bebês, no entanto, devem ficar no berço e não na mesma cama dos
progenitores. Quando os pais e os bebês compartilham a mesma cama,
há um maior risco de morte por sufocamento de forma acidental. A
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) também segue a mesma
diretriz e se posiciona contra a cama compartilhada.
Mas
e quando os filhos são mais velhos? Nesse caso, ficar ou não na
mesma cama depende de muitos fatores. Em tese, essa prática pode não
só diminuir a intimidade do casal, como também minar a
individualidade da criança e deixá-la mais medrosa. Mas todo caso
tem particularidades específicas.
De
acordo com artigo publicado pelo psiquiatra Luiz Augusto Rohde na
Revista Veja, a literatura médica é controversa e com baixa
qualidade metodológica sobre crianças entre 3 e 8 anos. Dito isso,
pode-se dizer que os estudos, de forma geral, não encontraram
problemas no fato da criança dormir com os pais nessa idade. Mas
isso não significa que eles não existam.
O
psiquiatra ressalta que há uma grande diferença entre os pais
decidirem abrigar os filhos na mesma cama e esse fato acontecer de
forma reativa, ou seja, por dificuldade do casal ou da criança para
que ela durma em outro quarto. O segundo caso exige mais atenção e
deve ser analisado com muito cuidado. Se não for um incômodo nem
para os pais nem para os filhos o fato de dormirem juntos, pode não
ser um problema. Caso contrário, essa situação precisa ser
resolvida de forma mais incisiva.
Com
o avanço da idade, aí, sim, é natural fazer com que as crianças
durmam sozinhas. Pré-adolescentes e adolescentes já estão no
período de desenvolver a sexualidade e é inconcebível que eles
durmam com os pais. A transição para a nova cama deve acontecer de
forma gradual e suave. Só em casos mais extremos, como no caso da
criança fazer alguma chantagem emocional, outras providências podem
ser tomadas, sempre com apoio profissional.
Comentários
Postar um comentário